terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Conheça o conceito de ópera no cinema, que está chegando ao Brasil

OPERA

Conheça o conceito de ópera no cinema, que está chegando ao Brasil

Quando o espectador não pode ir a ópera ela vai até o espectador

O Brasil é um exemplo de diversidade cultural, dada a origem do povo que se formou a partir da mistura de nativos sul-americanos com povos vindos da Europa e de várias parte do mundo.

O brasileiro faz parte de uma nação em que a mistura cultural parece facilitar a adaptação de tradições. Basta pensar em referências culturais como a paixão pelo futebol, que veio da Inglaterra, ou mesmo de gostos mais locais, como o fato do paulistano adorar pizza, hábito oriundo da Itália.

Por isso, não foi espanto que uma tradição mundial, há muito negada ao povo brasileiro, tenha ganhado adeptos em tão pouco tempo: a ópera no cinema. E com direito à transmissão ao vivo do Metropolitan Opera House de Nova York, ela atualmente leva muitos cariocas a uma sala do UCI, na Barra da Tijuca (RJ).

Para quem só conhece ópera através de referências de programas estrangeiros, como o clássico desenho do Pica-Pau, onde o endiabrado passarinho canta ‘O barbeiro de Sevilha’, ter a chance de ver um espetáculo tão grandioso, ao vivo, é uma experiência fantástica.

Público de todas as idades

Mesmo com maioria de cabeças grisalhas na sala de cinema do UCI do Barra Shopping, não foi difícil encontrar jovens em meio a multidão, incluindo filhos de idades variadas acompanhando pais e mães.

No entanto, havia jovens presentes por opção própria, como foi o caso do militar Felipe, um dos mais jovens presentes durante a transmissão da ópera ‘A Clemência de Titos’, uma das três transmitidas no início de dezembro. O jovem nos fala a respeito da ideia da rede de cinemas UCI de levar a ópera para próximo do público brasileiro.

O militar revela que já teve a rara oportunidade de ver uma ópera, fora do país, em uma opera house de verdade, mas que a possibilidade de poder ver no cinema espetáculos direto de uma das mais famosa casas de ópera do mundo é ótima. “Gosto de clássico, como Mozart, e aprovei a inovação tecnológica que permite a transmissão da ópera direto de Nova York,” comenta Felipe.

Débora, também militar, que acompanhava Felipe, aprovou a iniciativa sem deixar de lamentar o fato do Brasil não ter uma opera house. Para um povo com interesse especial por música, que sempre busca novidade musicais, a ópera com certeza seria bem aceita.

“É lamentável o Brasil não possuir uma opera house, já que tem tanto investimento em mega eventos”, opina Débora. Por isso aprovou a iniciativa da rede UCI, pois é a chance do brasileiro ter contato com óperas maravilhosas, como ‘A Clemência de Tito’.

A qualidade da transmissão, tanto em imagem como em som, é uma vantagem a parte, já que o espectador do cinema tem acesso a ângulo do espetáculo que o público no Met Opera não tem.

Uma nova experiência

Débora e Felipe aprovaram a experiência da ópera no cinema, mas não deixaram de destacar a falta de incentivo para tais produções no Brasil e a vergonha de ter uma cidade “fantasma” da música, próxima de onde fica o UCI do Barra Shopping.

“Há gastos absurdos em mega evento ou em elefantes brancos como a cidade da música, quando podiam usar melhor os recursos públicos”, diz Débora. E Felipe engrossa o coro, assim como os estudantes Thomas e Pamela, que foram assistir a ópera pela primeira vezes no dia da transmissão de ‘A Clemência de Tito’, por pura curiosidade. Eles estavam interessados em saber como seria uma transmissão de um espetáculo de tal porte.Investir em produções brasileiras poderia ser interessante, usando o recurso da transmissão ao vivo agora nos cinemas. Lembrando que a rede UCI, em setembro, transmitiu ao vivo do Teatro Frei Caneca de São Paulo, um show de Bibi Ferreira, comemorando 90 anos.

Os jovens amantes de ópera só precisam de incentivo para buscar por coisas novas. A porta-voz da rede UCI no Brasil, Monica Portella, quando questionada sobre como surgiu a ideia de transmitir as óperas do Met Opera, ao vivo, nos cinemas brasileiros, disse que “a ideia é divulgar para despertar o interesse”.

“A exibição das óperas estimula o público a apreciar esse tipo de espetáculo a um preço acessível. Com essas sessões, o espectador brasileiro tem um acesso mais fácil aos grandes espetáculos mundiais,” observa Monica. “As transmissões são uma grande oportunidade para um público que gosta de óperas, bem como para um público geral que ainda não tem o costume de assistir estas apresentações”, completa.

A transmissão em tempo real dá a sensação de estar sentado na platéia. Isso é um diferencial para o público. Outro ponto interessante para quem está no cinema é a ópera legendada e também entrevistas com os cantores e produtores, além de imagens dos bastidores. Essa parte, infelizmente, não é legendada e só quem entende inglês vai curtir, pois a legenda é só para a ópera.

Sobre a experiência das primeiras exibições, Monica Portella revela que deu tão certo pois a sala do UCI no Rio de Janeiro estava praticamente lotada tanto na estreia como nas transmissões que se seguiram, com boa parte dos lugares vendidos dias.

Entre os clássicos, duas óperas inspiradas em obras do dramaturgo William Shakespeare foram transmitidas, textos conhecidos mundialmente, já que o autor atrai a atenção de fãs que já conhecem suas obras e de pessoas que ainda não as conhecem, mas sabem da grandiosidade de seus trabalhos e veem a oportunidade como uma ótima maneira de conhecê-lo.

A transmissão da temporada de óperas do Metropolitan Opera House acontece simultaneamente no Rio de Janeiro e em outras 11 salas de cinema da rede brasileira, que possuem a tecnologia via satélite, para a exibição ao vivo em HD, direto de Nova York. Além da capital fluminense, cidades como São Paulo, Curitiba, Salvador, entre outras, terão a chance de ver toda a temporada de 2012/2013.


Matéria original do Jornal O Estado RJ - Cultura:
www.oestadorj.com.br


Texto original:
http://www.oestadorj.com.br/cultura/conheca-o-conceito-de-opera-no-cinema-que-esta-chegando-ao-brasil/

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Autora independente mostra o poder de um fandom


Anny Lucard

Autora independente mostra o poder de um fandom

Fãs de série de livros nacional comemoram sucesso da autora Luciane Rangel e da ilustradora Ana Claudia Coelho no Rio

A autora da trilogia ‘Guardians’, Luciane Rangel, comemorou, no Rio do Janeiro, junto com a ilustradora dos livros Ana Claudia Coelho e fãs, mês passado, dois anos da publicação do primeiro volume. Contando com o apoio do grupo Novos Escritores, as duas encheram a Nobel do Norte Shopping de fãs e amigos.

Djan Skwar, um dos organizadores do evento, comentou particularmente feliz com o sucesso de Luciane Rangel pois foi a primeira autora a abraçar a ideia do grupo ao participar do primeiro evento promovido por ele. Eventos  como esse atualmente levam a literatura para a Zona Norte carioca.

A autora é um exemplo de trabalho de incentivo à leitura da nova geração de autores nacionais. Prova de que o sucesso de uma história, além de escrever algo bom, está nas mãos de um fandom (conjunto de fãs). Isso porque mesmo uma boa história pode terminar restrita ao seu tempo e se perder com o passar dos anos, mas uma história com fandom alcança as gerações futuras. Luciane Rangel faz parte de uma destemida geração de autores brasileiros que gosta de escrever literatura fantástica, apesar das críticas ainda grandes contra o estilo, já que a ideia pregada por muitos acadêmicos é de serem livros de qualidade inferior e com fãs histéricos.

O fandom de ‘Guardians’ e a paixão pela leitura

O que acadêmicos ainda não perceberam é que mesmo que muitos textos não sigam certos padrões. Há histórias muito boas e atacar um fandom, como é conhecido o grupo de fãs de uma determinada obra, não é vantagem para ninguém. Os bons textos, sejam literários ou roteiros, precisam de um fandom que passe aos mais jovens a paixão da leitura das histórias.

Os próprios textos clássicos precisaram de fãs, ou teriam sido esquecidos e nunca chegariam até os dias atuais. Professora do Magistério e formada em Direito, Luciane Rangel divide-se entre o trabalho de escritora e a Faculdade de Letras de Japonês, entre outras coisas. Quando perguntada sobre a história de ‘Guardians’, como outros autores brasileiros de literatura fantástica, ela teve que buscar fontes fora, dada a falta de tradição em textos fantásticos no Brasil.

Também apaixonada pela cultura japonesa, Luciana buscou referências orientais. Aprendeu a desenvolver personagens e história, com ponto de vista das histórias fantásticas do Japão, que chegaram ao Brasil principalmente em forma de animes e mangás. Luciane  e a ilustradora Ana Claudia Coelho falam que a parceria para os livros surgiu ao unirem as ideias para roteiros de quadrinhos de uma, ao trabalho de ilustração da outra.

Claudia Coelho, por exemplo, sugeriu de início um trabalho conjunto em quadrinhos, mas Luciane Rangel não é boa em desenho, tendo entretanto ótimas ideias de roteiro. Assim autora e ilustradora optaram por uma light novel, um tipo de livro com ilustrações que se populariza no Brasil, principalmente entre os jovens adultos leitores. Ambas destacaram a importância do fandom, que mesmo sendo uma questão que a maioria dos acadêmicos preferem ignorar, é a chave do sucesso e eternização de uma obra.

Seja fã das clássicas bruxas de William Shakespeare ou do bruxinho Harry Potter de J.K. Rowling, o fandom de uma obra não é um grupo que acha tudo lindo e nunca critica. Pelo contrário, os fãs são iguais a uma família e por conhecer bem personagens e história, adoram dar palpite e questionar.

Família unida

Dentro dos fandoms há questões discutidas como em qualquer família. No entanto, os membros do fandom são unidos e se defendem quando atacados por aqueles que, mesmo desconhecendo a obra a fundo, teimam em atacá-la por ser diferente do que estão acostumados.

No caso da nova literatura deve-se levar em conta que críticos que se restringem a um determinado tipo de texto, são como médicos especializados. Então, se um psiquiatra não pode operar alguém do coração, um crítico que só estudou os clássicos, não tem conhecimento suficiente para entender a natureza dos textos escritos fora desses padrões.

Uma boa parte dos escritores, quadrinistas e roteiristas nacionais já perceberam o que os acadêmicos não aceitando, que negar a nova literatura é manter a leitura restrita na elite, limitá-la a uma minoria. Independente do tipo de trabalho que fazem ou gostam, é importante quem buscam incentivar a leitura, apoiar iniciativas que divulgam a nova literatura, seja junto a grupos, como os Novos Escritores, ou individualmente, como os criadores de sites do tipo Adorável Noite e Portal Ju Lund.

Nem todo novo autor escreve como os da nova literatura, que surgiu com textos que falam principalmente aos jovens leitores. Uma tendência mundial, que surgiu recentemente e fez muito pelo incentivo à leitura no Brasil.

Com a falta de livros escrito por brasileiros que conversam com os jovens, especialmente os jovens adultos de literatura fantástica, foram importados muitos títulos, os quais abriram portas para ótimas histórias nacionais serem publicadas atualmente, mesmo que de forma independente.

Muitos autores brasileiros ainda bancam suas publicações, mas Luciane Rangel, ao se juntar com Ana Claudia Coelho para publicar ‘Guardians’ de forma independente e em formato de light novel, já possuía um fiel fandom, que a seguia na internet, incentivando as publicações.

Quanto vale ?

Ana Claudia Coelho comenta que “é fácil reconhecerem seu talento quando ele é disponibilizado de graça, mas depois da publicação, cada exemplar vendido para um desconhecido é comemorada por não termos ainda um nome que garanta a qualidade daquilo que se vende”.

A ideia de disponibilizar os textos gratuitamente, comum hoje entre novos autores brasileiros, surgiu em grupos de escritores de fanfic, que após escrever sobre o universo de personagens de outros autores, dos quais são fãs, passaram a desenvolver textos originais.

Quando questionada sobre os escritores que surgiram em grupos do tipo, Luciane Rangel revela que antes de escrever as próprias histórias escreveu fanfics também: “vejo essa forma de texto como um excelente exercício de criação e de escrita”.

“Acho que esta é, sim, uma ótima forma de incentivo. Temos ficwriters que não perdem nada em qualidade para escritores famosos”, complementa. Sobre a discriminação de escritores que começaram da mesma maneira e de alguns que infelizmente ao invés de criar histórias originais, tentam ganhar as custas do trabalho dos outros, Luciane Rangel deixa claro que “é preciso ter em mente que esse tipo de texto é apenas para entretenimento do autor, não podendo ser publicado para fins lucrativos, pois viola leis de direitos autorais. Mas como uma forma de prática para futuras histórias próprias, acho incrivelmente válido”.

Já quando fala sobre a discriminação, ela revela não entender qual a lógica. Isso porque basta dizer que começou escrevendo fanfic que a ideia que o autor “copia e por isso não pode ser original” para ignorarem a obra, independente da qualidade do texto. Quando na verdade todo autor precisa de referências para criar as próprias. Os livros de Luciane Rangel são publicações independentes, mas Ana Claudia Coelho comenta que isso não o desqualifica pois “tem material sem qualidade sendo jogado na mídia por força das costas quentes.

Tanto é verdade que ‘Guadians’ já foi o tipo de obra que algumas editoras disseram não publicar, mas também que encontrou empresas dispostas. Então, toda chance foi agarrada com força porque é um processo muito difícil. Dedicação aos fãs recompensada com envio de videos, de várias partes do Brasil, com depoimentos emocionados, que foram exibidos durante a festa para os membros do fandom carioca. Vários membros do fandom de ‘Guardians’ presentes fisicamente na livraria e também virtualmente, pois a celebração foi transmitida ao vivo pelo Novos Escritores.

Quem estava presente fisicamente ou online, participou de sorteios e pôde fazer perguntas tanto para a criadora da história como para a ilustradora que deu cara aos personagens.  Durante a festa foi lançado oficialmente uma história solo de duas personagens dos livros, ‘Micaela&Maire’, que é o 1º Livro Extra de ‘Guardians’. A história está disponível na internet gratuitamente em eBook.

No entanto, mesmo com a versão gratuita em eBook, a autora precisou disponibilizar uma versão do livro impressa para venda, já que os fãs queriam o livro para reuni-lo a trilogia em suas estantes.  Celebração que foi concluída com bolo e refrigerante para os presentes na livraria, que foi a única desvantagem de quem estava online.


Matéria original do Jornal O Estado RJ - Cultura:
www.oestadorj.com.br


Texto original:
http://www.oestadorj.com.br/cultura/autora-independente-mostra-o-poder-de-um-fandom/

domingo, 2 de dezembro de 2012

O Rio de Janeiro de leitores


Anny  Lucard


O Rio de Janeiro de leitores

A Zona Norte carioca também gosta de literatura

No Rio de Janeiro, como em boa parte do país, ideias pré-concebidas continuam a impedir o desenvolvimento cultural de brasileiros. Ideias que tornam uma minoria de especialistas em áreas da cultura nacional, ditadora do que todos devem consumir. Únicos julgadores dos gostos popularesestigmatizam um povo tão eclético como o brasileiro de só gostar de futebol, samba e novela.

O que prova que essas afirmativas, geralmente, são opiniões pessoais, é o fato de que basta algo novo chegar ao conhecimento do brasileiro que ele assimila e logo incorpora a sua vida. Não falando somente de novidades, mas é graças a essa facilidade de assimilar que o Brasil se tornou a nação de hoje, que culturalmente tem tradições herdadas de várias partes do mundo.

Tanto é verdade que Juliana e Djan Skwara, do grupo virtual Novos Escritores, tornaram o projeto físico, produzindo eventos literários, comuns na zona sul carioca, para zona norte. Contrariando a afirmativa que evento do tipo na região não é bem visto, pois ninguém lê nessa parte da cidade.

O que ocorre é que os leitores da zona norte costumam ir a zona sul para participar dos eventos e, por isso, o projeto Novos Escritores chamam a atenção dos fãs de literatura da região e começa a motivar os autores a participar. Eventos que estão ocorrendo em uma livraria de um dos maires shoppings da zona norte do Rio, como também em algumas escolas, ou mesmo no Complexo do Alemão.

Como podem afirmar que o povo não gosta de algo que ele não conhece?

Quem mora no Rio sabe que a cidade é culturalmente dividida. Enquanto a Zona Sul tem os melhores programas culturais, a Zona Norte é restrita ao que acham que o povo da área gosta.

também acontece na Zona Oeste, que se divide entre Barra da Tijuca, repleta de atrações culturais, e Jacarepaguá, que praticamente só tem a Bienal do Livro. Então, falar que um grupo só gosta de uma determinada coisa é muito fácil quando ninguém dá a oportunidade de conhecerem algo novo.

O jornalista e escritor Edson Gomes falou animado sobre os eventos dos Novos Escritores que participou. Além de sempre prestigiar os colegas autores indo aos eventos, mesmo que não esteja participando, Edson Gomes já fez parte de vários produzidos na zona norte, como o que aconteceu a algumas semanas no Alemão, junto com o Recicla Leitores.

O evento aconteceu no Teleférico do Complexo do Alemão e foi uma comemoração de aniversário do Recicla Leitores, que arrecada livros para serem entregues em comunidades do estado (RJ), com o objetivo de despertar a paixão pela leitura. Teve distribuição de livros para crianças e adultos, apresentação musical do grupo Cantando Livros, teatro de palhaços, poesia e a presença de outros autores, como Roxane Norris.

Edson Gomes é um dos autores no Novos Escritores, que busca aproxima física e virtualmente leitor e escritor, e também faz parte do Fantastiverso, todos escritores de literatura fantásticas, do qual 6 participaram de um evento com apoio da Nobel do Norte Shopping.

O grupo Novos Escritores já reuniu na livraria grupos de autores parceiros, como o Fantastiverso, para esses eventos literários, mas nesse em especial tiveram a primeira transmissão ao vivo, via web, possibilitando a interação de leitores de fora do Rio.

Velasco, que também faz parte do Fantastiverso, falou sobre o grupo, que tem como lema “juntos somos mais fortes”. A autora comenta que, ao se unirem, há a ampliação da rede de pessoas e meios, aumentando significativamente os recursos e tornando mais fácil divulgar os trabalhos.

Velasco, também fala da amizade que fortalece o grupo, que auxilia nos momentos difíceis e de desânimo. Revelando que não há necessidade de hostilidade entre os escritores, que há espaço para amigos e não precisam ser hostis e competitivos uns com os outros, pois possuem os mesmos objetivos, contar uma boa história e incentivar à leitura.

organizadores do projeto Novos Escritores, Juliana e Djan Skwara, sempre gentis e animados, falam da dificuldade de conseguir lugares para a produção dos eventos e que seria interessante um espaço também fora de livraria, para dar mais liberdade para os autores.

Situação que se complica no caso da Zona Norte, que nem há muitas livrarias qualificadas, como há no Norte Shopping. Isso também acontece em Jacarepaguá. Autores como Lu Piras, Ben Green, Jéssica Anitelli e Lívia Lorena, que também fazem parte do Fantastiverso, junto de Edson Gomes e Elaine Velasco, falam de suas interessantes histórias.

Mas assim como a maioria dos escritores nacionais fantásticos, eles sofrem com a falta de apoio e crítica que resiste ao novo na literatura brasileira, não aceita que os escritores da atualidade inovem, ao seguir as tendências mundiais.

Lívia Lorena e Jéssica Anitelli são autoras que se aventuram pelo mundo dos vampiros, com séries de livros dos eternos queridinhos da literatura fantástica mundial. Elaine Velasco conta uma história com foco em anjos, assim como Lu Piras, que inclusive tem o Rio de Janeiro de cenário em sua história. Enquanto Ben Green mostrar os primórdios do mundo, numa época que o fogo era sagrado.

Já Edson Gomes se inspira com os conhecimentos espíritas e escreve uma fantástica história inspirada nos livros de Allan Kardec como pano de fundo, mostrando que não é só a Bíblia que pode inspirar boas narrativas; mencionando lugares no Rio de bairros da Zona Norte e Oeste carioca pouco lembrados, como Campinho e Praça Seca.

Os eventos dos Novos Escritores na Zona Norte variam desde lançamentos, como o de ‘Immortales’ de Roxane Norris, a eventos comemorativos. E assim reunindo autores para apresentarem suas obras aos leitores e divulgar grupos de autores dos mais variados. Como aconteceu no mais recente do Ciranda de Escritores, que contou com a presença de autores de longe como o Maurício Gomyde de Brasília (DF), além de Roxane Norris, Adriana Igrejas, Uole da Silva, Chaiene Barboz e Thayane Gaspar.

Autores estes que possuem histórias que vão desde conteúdo sobrenatural ao autobiográfico, do drama ao romance. São talentos literários nacionais que precisam de respeito, motivação e divulgação adequada, pois boas histórias sempre agradam seu público-alvo. Mas para isso precisam ser bem divulgadas.

Matéria original do Jornal O Estado RJ - Cultura:
www.oestadorj.com.br


Texto original:
http://www.oestadorj.com.br/cultura/o-rio-de-janeiro-de-leitores/